Criar uma Loja Virtual Grátis
Literatura
Literatura

A BÍBLIA

 

É qual estreito o vaso humano

Que trasborda, ou se quebra, se fermenta o veneno que encerra.

De gota em gota o fel da desventura na alma vai nos embebedando

De que o corpo converte-se em masmorra, de que a alma busca fugir.

Quem vê uma flor que em prado brilha, parecendo exalar vida e doçura

E ri-se em cada pétala viçosa.

Quem pode ver o formigueiro oculto, que o coração do homem rói e lacera?

Se eu sofro ou não, só eu, só Deus sabe.

Mas feliz quem nos seios de sua alma acha uma grande idéia que o consola

Como uma taça de suave néctar, que lhe acalma as entranhas sequiosas.

Não! Não és tu Filosofia humana quem me roubará a crença.

Sábias lições de sofrimento ditas. Mas o valor acaso podes tu dar?

Quantas vezes o mal frustra a ciência! Pura fonte de conhecimento, inexaurível

Onde sempre o infeliz adoça suas dores.

Livro Sagrado, vem consolar-me. Vem saciar-me na minha dor.

Meu peito anciado de ti carece, sem ti falece o meu vigor.

A ti recorro triste e sedento, que este tormento me faz gemer.

Dá-me socorro no mal extremo, vem, se não temo a dor ceder.

Cada palavra que me vás dando é qual um brando, suave mel.

Já em mim lavra a Paz do empíreo; Dor do meu martírio se adoça o fel.

 

Por: Poetinha